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Tosse crônica

Publicada em 04/04/2014 às 17h

A tosse em geral tem a característica de sempre incomodar. Incomoda quem está tossindo e perturba quem está ouvindo.

Quando ela é aguda (até 3 semanas), geralmente nas viroses e infecções bacterianas, dá pra levar sem muito estresse. Entre 3 e 8 semanas (subaguda), começa a preocupar. Essa preocupação vira medo quando ultrapassa as 8 semanas (crônica). É comum se pensar logo em tuberculose ou câncer de pulmão. Se a tosse é acompanhada de secreção sanguinolenta com febre vespertina, até que se prove o contrário, estamos diante de uma tuberculose.

No caso da tosse crônica com secreção sanguinolenta, sem a febre e com o cigarro, a recomendação mais imediata é investigar neoplasia. De cada 10 casos de carcinoma pulmonar, 9 ocorrem em fumantes. Confirmado o diagnóstico, a expectativa é de 5 anos de sobrevida.

Mas, nem só de doenças graves vive a tosse crônica. Na rotina do consultório, quem aparece com muito mais frequência é a rinossinusite (sintomas nasais), a Tosse Variante de Asma (asma sem a dispneia) e a Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE).

Se o riso atrai a tosse, vale a pena investigar a Tosse Variante de Asma. Por outro lado, o gotejamento pós-nasal da rinossinusite e o aumento do refluxo na DRGE vão determinar aumento da tosse quando o paciente se deita.

É indispensável informar que outras doenças também caminham com a tosse crônica, entre elas a bronquite, a bronquiectasia, o enfisema pulmonar etc.

Diante de qualquer tosse, seja aguda, subaguda ou crônica, a recomendação mais sensata é evitar o balconista de farmácia, deixar de lado a automedicação e providenciar uma visita imediata ao especialista.

Sebastião de Oliveira Costa

Sebastião de Oliveira Costa

CRM-PB: 1630

Especialidade: Pneumologia e Alergologia

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