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Ômicron e Darwing, duas variantes que merecem respeito

Publicada em 27/12/2021 às 10h35

Das autoridades sanitárias, dos cidadãos brasileiros. 

Uma nasceu lá na África do Sul e montada no vírus da Covid invadiu o território nacional e hoje já ultrapassa a variante Delta na produção de infectados pelo Sars-cov-2. 
A Darwing pegou carona no H3N2 do vírus Influenza A, saiu lá da Austrália, aportou no Brasil pelos aeroportos do Rio de Janeiro e São e Paulo e quase todos os Estados brasileiros já andam convivendo com essa nova epidemia, com potencialidades de evoluir com muita força, considerando a sua imensa capacidade de transmissibilidade.  
Vale registrar, que os atendimentos nos serviços públicos de saúde da capital paulista parece querer relembrar  os dias mais agressivos da pandemia Covid. Culpa exclusiva dessa variante que, já se sabe, escapa um pouco das vacinas aplicadas em abril (protegia contra o H1N1 e H3N2) na campanha anual contra a Gripe.

Considere-se ainda, que a vacinação contra a Covid nesse mesmo período, reduziu  naturalmente a cobertura vacinal contra o vírus influenza. A junção desses dois fatores, certamente colaborou para estimular a desenvoltura do Influenza H3N2 que, ao contrário do Sars Cov-2 atinge com muita frequência as crianças menores de 06 anos de idade. 

Essa semana na Paraíba, dos 15 casos estudados, via genotipagem, 13 se revelaram positivos para o H3N2, indicando que o nosso Estado já  foi invadido pela variante Darwing.  Uma realidade que anda enchendo UPAs, consultórios, clínicas especializadas com pacientes se queixando de sintomas nasais, febre muito alta, dores articulares persistentes, intensa indisposição, sintomas característicos da Gripe tradicional. 

A Ômicron  surgiu assustando o mundo com o prestígio de muita agressividade, mas com a evolução das investigações científicas, descobriu-se que ela não estava com essa bola toda e perdia na modalidade virulência pra sua antecessora, a conhecida variante Delta. Por outro lado, suas potencialidades no quesito capacidade de transmissão tem despertado a atenção das autoridades sanitárias, essencialmente no que se refere às dificuldades em manter a pandemia em números mais civilizados. Quem melhor interpreta essa realidade é a propagação vertiginosa dessa variante em países da Europa, obrigando o redirecionamento de novas estratégias para evitar a realimentação da curva epidêmica, com impactos imprevisíveis na evolução da pandemia. 

Dentro desse contexto, torna-se absolutamente indispensável informar, que a convivência simultânea com dois vírus diferenciados, sem a proteção mais efetiva das vacinas (a ômicron necessita da dose de reforço para uma melhor proteção), requer agora mais do que nunca, a consciência de cada cidadão, no sentido de colocar em prática todas as recomendações exigidas pela pandemia da Covid - HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS, USO DE MÁSCARAS, DISTANCIAMENTO SOCIAL. 

Sebastião de Oliveira Costa

Sebastião de Oliveira Costa

CRM-PB: 1630

Especialidade: Pneumologia e Alergologia. Dr. Sebastião é presidente do Comitê de Tabagismo da Associação Médica da Paraíba e membro da Comissão de Tabagismo da Associação Médica Brasileira

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