Artigos Médicos

A Máquina de Matar

Publicada em 29/05/2011 às 11h09

A mais terrível arma de produzir morte já inventada pelo homem atende pelo nome de cigarro. As substâncias de sua fumaça são várias vezes mais mortíferas do que todos os canhões, metralhadoras e morteiros utilizados nas duas guerras mundiais. Exagero? Absolutamente!

Quatro milhões de combatentes morriam todo ano nos campos de batalha durante a Primeira Guerra Mundial. Nesse mesmo período o cigarro ceifa a vida de cinco milhões de fumantes.

Ampliando um pouco o raciocínio, vamos observar que as três maiores tragédias da história começam com a Primeira Guerra em 1914, passando pela Gripe Espanhola de 1918-19 e termina em 1945 com a Segunda Guerra Mundial. As três juntas mataram ao longo desses 31 anos cerca de 105 milhões de viventes. Numa continha simples vamos concluir que o cigarro, em três décadas retira precocemente de nosso convívio 150 milhões de tabagistas que não conseguem se desvencilhar das garras da nicotina. Com um detalhe: aqueles eventos cumpriram seu tempo, o cigarro continua por aí, livre leve e solto.

As guerras são epidêmicas e barulhentas, o cigarro é endêmico e mata no silêncio dos hospitais. Está em perfeita sintonia com a realidade, a afirmação de que o tabagismo é a maior tragédia já ocorrida à humanidade em todos os tempos.

Para lutar contra esse assassino frio e impiedoso o Brasil ratificou em 2005 a Convenção Quadro para o Controle do Tabagismo (CQCT), um tratado coordenado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e assinado por 176 países que se comprometeram a controlar o tabagismo de maneira mais consistente, em todas suas formas e níveis.

Ancorada na estratégia universal de que o inimigo precisa ser combatido em todas suas trincheiras, a OMS convida povos e nações nesse 31 de Maio - Dia Mundial Sem Tabaco, a se engajarem na luta para implantação de todos os compromissos inseridos na CQCT.

Sebastião de Oliveira Costa

Sebastião de Oliveira Costa

CRM-PB: 1630

Especialidade: Pneumologia e Alergologia

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